As mulheres devem desempenhar um papel maior na Igreja Católica, mas o diaconado continuará sendo vetado a elas e não se espera que nenhuma reforma a curto prazo mude esta situação, segundo as conclusões preliminares do Sínodo aberto pelo papa Francisco.
O Sínodo é uma ampla consulta iniciada pelo jesuíta argentino sobre o futuro da Igreja e sua doutrina sobre uma série de temas, desde a participação dos leigos nas atividades paroquiais à promoção das mulheres nas funções litúrgicas, passando por questões como pobreza e poligamia.
Desde sua eleição em 2013, o bispo de Roma propôs reformar o governo da Igreja, que busca ser menos piramidal e mais próximo dos fiéis.
Após dois anos de debates em paróquias de todo o mundo, uma primeira Assembleia Geral de bispos realizada em outubro de 2023 no Vaticano produziu um “documento de síntese” enumerando uma série de temas que os católicos consideram centrais para o futuro da Igreja. Estes pontos voltarão a ser debatidos em uma segunda sessão que ocorrerá de 2 a 27 de outubro.
O papel das mulheres na Igreja, tema que esteve no centro dos debates, continua dividido.
“As contribuições recolhidas em todas as fases mostraram a necessidade de dar um reconhecimento mais pleno aos carismas, à vocação e ao papel da mulher em todos os âmbitos da vida da Igreja”, indica um texto publicado pelo Vaticano nesta terça-feira, intitulado “Instrumento de Trabalho”, que servirá de base para a sessão de outubro.
Os bispos “reconhecem que existem numerosas áreas da vida eclesial abertas à participação das mulheres”, mas lamentam que “estas possibilidades de participação muitas vezes não sejam utilizadas”.
Sugeriram então que na próxima sessão do Sínodo “seja promovido o conhecimento destas possibilidades e encorajado o seu posterior desenvolvimento no âmbito paroquial, diocesano e em outros níveis eclesiais, incluindo os cargos de responsabilidade”.
O texto menciona a contribuição de uma Conferência Episcopal Latino-americana, segundo a qual em algumas sociedades “a presença do machismo continua forte” e “é necessária uma participação mais ativa das mulheres em todas as esferas eclesiais”.
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE
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