Segundo relato na postagem do conselho do território, o indígena Naldinho Kumaruara, liderança espiritual da aldeia Muruary, foi responsável pelo ato de protesto.
Indígenas do Baixo Rio Tapajós fizeram um protesto contra a construção do projeto “Ferrogrão” – ferrovia defendida pelo presidente Lula (PT), com estudos incluídos no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) – tratado com um dos principais projetos políticos da atual gestão nacional.
O caso aconteceu nesta terça-feira (7), durante um evento – Seminário Técnico sobre a Viabilidade dos Aspectos Socioambientais da Ferrovia EF-170 (Ferrogrão) – promovido pelo Ministério dos Transportes.
Durante o protesto, um indígena Kumaruara esfregou tinta de urucum no rosto de pessoas que estavam na primeira fila do auditório da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em Santarém. Um dos seis homens atingidos com a tinta se levantou irritado com a manifestação da comunidade originária.
Ferrogão
O projeto da Ferrogrão, uma ferrovia com quase 1.000 km de extensão, atravessa áreas sensíveis da Amazônia. Proposto por grandes empresas do agronegócio, o empreendimento conta com o apoio do governo Lula.
A Ferrogrão tem como objetivo ligar Sinop (MT), uma região de intensa produção de grãos, especialmente soja e milho, ao porto de Miritituba (PA), situado às margens do rio Tapajós.
De acordo com o documentos resultante, a construção da ferrovia acarretará desmatamento, redução das áreas de conservação e impactos significativos no estilo de vida das pessoas em pelo menos 16 terras indígenas e 104 assentamentos rurais.
O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), defende a Ferrogrão como um investimento estratégico e afirma que o projeto avançará se forem resolvidos os impasses legais. Ele argumenta que a ferrovia aumentará a eficiência no transporte de cargas, especialmente de grãos, na região central do Brasil.
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
IMAGEM: Reprodução